Artigo

Saudades inevitáveis de quem para mim será tudo...

Sinto tantas saudades tuas, mas de que vale? Sinto aquele aperto no peito inexplicável quando se anseia tanto algo e não podemos ter, mas mais do que isso, toda uma sensação de incapacidade de resistir ao destino da dor, ao que no fundo me tornei com o tempo, dia após dia.

É inevitável, quando sabemos que não somos correspondidos, quando somos crianças em acreditar em algo, que uma mentalidade crescida nos aconselharia e diria para parar.

É estranho, é lutar na escuridão, sabendo que o vazio está ainda mais vazio, o escuro escurece mais, pois a passageira luz que refletia nas paredes da imaginação vai desaparecendo com o tic tac do relógio apressado da vida, tendo a certeza que do outro lado resta provavelmente o esquecimento de quem deste lado sempre sonha em ser feliz com aquela pessoa que não o corresponderá.

Os sonhos são diferentes, de certeza os meus podem ser incompreendidos por ti, mas precisaria sempre de ti neles para serem sonhos. Se tu existes, os meus sonhos podem existir, e não preciso de provar a ninguém que isso é verdade, porque se há uma princesa neste mundo, és tu, que o tornas encantado, desde que te conheci, desde que tudo o que te rodeia conhece o teu olhar doce.

Não se escolhem motivos para sonhar, eu não te escolhi para amar, conheci-te e acredita que sempre me ouvirás dizer, a quem seja, que foi o melhor momento da minha vida.

Não é por não te ter junto a mim, que mudarei de opinião. Marcaste a minha vida, marcaste a minha personalidade. Foi a partir desse momento que os meus sonhos tiveram cor, conheci a luz que revivo solenemente nos meus pensamentos, quando penso em ti a sorrir, com os teus olhos abertos, brilhantes, e a dizer que me achavas especial.

Se soubesses o que vai dentro de mim verdadeiramente, cada pormenor do meu interior, talvez entendesses que seria alguém especial, mas claro, ficaria por aí, porque não podemos mudar os nossos gostos, os nossos padrões de quem amamos, de quem gostamos, e nunca te iria impor isso.

Poderia mudar por ti, poderia se me enviasses uma lista, mudar e transformar cada desejo teu numa realidade, mas não chegaria a tempo de te provar que seria a pessoa da tua vida. Para provarmos isso, não precisamos de explicações, quem é, aparece, e transforma a nossa vida sem notarmos, não é pedir que a transformem.

Um não será sempre um não, como um sim poderia ser sempre um sim. Sei que o teu não será sempre um não, e prefiro sofrer, magoar-me a mim próprio em silêncio nesse não. Sei que a culpa não foi minha nem foi tua de isso acontecer, mas a verdade é que sem ti eu magoo-me todos os dias. É como ter uma ferida por brincar no recreio pois magoei-me de sem querer. Brinco no recreio porque adoro correr, como uma criança, ir atrás da felicidade, mas no fim, caio, e fica um inchaço que demora a passar. No dia seguinte volto a correr, e a magoar-me, e a dor aumenta. Aumenta todos os dias. 

Em vez da dor acalmar, aumenta quando penso no bom tempo que está, e como me aconteceu no verão passado, quando te imaginava com alguém que decerto conquistou o teu coração por inteiro. É inevitável, porque és a melhor pessoa de todas, és amiga, és simpática, és linda, és amorosa, és encantadora, és a melhor segunda mãe que alguém pode ter, porque tenho a certeza que proteges e cuidas de quem amas por completo.

Fico a imaginar os momentos que deves ter com ele, os sorrisos verdadeiros partilhados, as mãos dadas, as rotinas que tens, as surpresas que ele te dedica, o que te oferece, os dias de férias que são verdadeiras férias, contigo sempre ao lado.

Não é inveja nem nunca será ciúmes, mas sim dor por aquilo que gostaria de viver, seriam exatamente esses momentos, cuidar de ti, sempre.

Refugio-me no trabalho, invento trabalho para fazer, ideias de empresas para montar, mas nada mudará a minha dor, é apenas uma anestesia local, que me consome, que me desgasta, que me retira dias de vida, aqueles que queria viver contigo, ao meu lado, e acabar como nos filmes, feliz para sempre, que só poderia ser ao teu lado, ao lado de quem eu amo…

13 ABR, 2017 0

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